Quando perguntados sobre as razões para a retomada do otimismo e do investimento no setor, os especialistas destacam a particularidade do ano que passou: 2019 foi considerado um período de consolidação para a recuperação do mercado imobiliário.
No fim de 2018 as expectativas já eram mais positivas para o mercado, mas 2019 surpreendeu, conta Cristiane Magalhães Teixeira Portella, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Um dos fatores que puxaram a recuperação do setor foi a retomada da geração de emprego. No trimestre até novembro, o índice de desemprego no Brasil ficou em 11,2%, um índice abaixo do registrado há um ano (11,6%).
O que esperar de 2020
O mercado imobiliário deve refletir as perspectivas mais positivas para a economia brasileira. A expectativa é que o avanço do PIB da construção civil seja maior que os 2,30% esperados pelo mercado para o PIB do Brasil.
Crédito barato
Outro ponto essencial para o bom momento do setor são as mudanças no financiamento imobiliário. Os bancos reduziram suas taxas diante do grande corte na taxa básica de juros, a Selic, que chegou ao fim de 2019 em 4,5% ao ano, a mínima histórica.
A redução da taxa de juros nos financiamentos aumenta a atratividade da compra de imóveis. Antes da queda da Selic, as taxas de juros do financiamento imobiliário se acomodaram em 11,7% ao ano (+ TR), em média. Agora elas caíram para algo perto de 7% (+TR).
Com essa redução, o valor das parcelas hoje pode ser cerca de 30% menor do que teriam sido um ano antes, segundo estimativas do presidente do Secovi. Isso significa que, com a mesma renda, o comprador consegue fazer um negócio ainda melhor, financiando um imóvel maior e mais caro.